sexta-feira, 29 de março de 2013

Guerra dos carrinhos de supermercado



Sexta feira santa, feriado, dia de mercado. Almoço em família. Bacalhau. Guerra no supermercado. Quem me conhece sabe da minha paixão por mercados, feiras e todo tipo de gastação de dinheiro relacionado à comida. Eu amo ir ao mercado, é a alegria do meu dia. Mas em épocas festivas vira o meu pior pesadelo, essa é a época das guerras de carrinho.
Festa é igual a comilança, isto é um fato. Mas no Natal, Ano Novo e na Páscoa as coisas ficam sérias. É Bacalhau pela metade do preço, Tender e Chester quase de graça, filas na seção da Canjica e da Lentilha, um inferno. Com isso em mente fui me aventurar na terra das promoções festivas, munida de paciência, tolerância, bom humor e com a companhia da minha amada irmã.
Chegando no mercado P o primeiro problema: o cheiro de esgoto no estacionamento. Não era um leve cheiro de excrementos e tristeza, era o odor dos amaldiçoados. Mil pessoas comeram um acarajé e um podrão durante três dias e decidiram ir ao mesmo banheiro. Era essa a situação. Lá se foi o bom humor.
A segunda situação foi: só tinha carrinho mega gigante. Por que isso é um problema? Pois são dez da manhã, todos estão no mercado fazendo as compras de última hora e todos com carrinhos gigantes. Não tem onde parar com o carrinho, não tem como passar com o carrinho, não tem como ser feliz com esse carrinho. O resultado foi desastroso, como de costume. Enquanto minha linda e paciente irmã pegava os itens da nossa extensa lista de compras eu ficava dando voltas intermináveis com aquele automóvel não motorizado.
E então que me surge a situação mais surreal que já passei em um mercado, e olhem que uma vez comprei Couve Chinesa achando que era Acelga. Quando finalmente achei um cantinho singelo para estacionar aquele trambolho me vêm um indivíduo esquisito, com uma camisa do Chapolin Colorado vermelha, bermuda cargo e cara de bunda, me fazer o maior desaforo possível dentro daquele ambiente. Ele empurrou meu carrinho com o carrinho dele! Assim, na minha frente. Frente de carrinho com frente de carrinho, até liberar o caminho. Meu instinto assassino veio à tona.
Passei os próximos trinta minutos tentando atropelá-lo, todas as minhas tentativas foram frustradas devido ao intenso transito dentro daquele ambiente cheio e incrívelmente irritante. Quando o achei no caixa, com um carrinho visivelmente menor que o meu, o que significa que ele poderia ter passado pelo corredor sem ter cometido aquele crime, me veio uma vontade irresistível de vingança. Obviamente, educada e levemente covarde que sou, não o concretizei, mas jurei que iria expô-la na internet. Então, indivíduo com a camisa vermelha do Chapolin que estava no mercado P em botafogo, se você algum dia ler isso, saiba:
 Receba esse Kinder Ovo imaginário que te dou e Feliz Páscoa, babaca!

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