“Dia de muito, véspera de nada” já dizia minha querida vó.
Essa parece ser a mais pura verdade.
Quinta-feira à noite vi como ficou o resultado da primeira
publicação da coluna Resultado Desastroso na revista VivaSerra! Nem preciso
dizer que quase tive um treco. Para comemorar fui encher a cara de sopa de
batata baroa. Dia de comemoração, carboidratos sem moderação. O dia que se
seguiu foi um desastre.
Dormi mal. Acordei já em clima de despedida, esse era o
último dia da Baby na minha casa. Euclides Baby Vitória, a linda vira-lata,
iria para casa do Sr. Namorado. Em uma tristeza profunda, não saí da cama o dia
inteiro, salvo os momentos que fui até a varanda fumar e à rua passear com
Baby. Obviamente me apeguei demais. Desde que ela veio para cá eu sabia desse
prazo. “Só uma semana” disse a Senhora Mãe. Achei que iria convencê-la a
ficarmos com ela. Não a convenci.
Sr. Namorado veio pega-la. E eu, desolada, saí pela rua com
o som no máximo tentando não chorar. Sou dessas. A caminho de Laranjeiras
comecei a ver pessoas felizes com seus cachorros fofos. A raiva tomou conta de
mim. O iPod não ajudou. Tenho a impressão de que a Apple instalou um leitor de
sentimentos em seus aparelhos, vejam bem: eu estava em uma deprê de matar,
então todas as músicas de despedida começam a tocar. Primeiro foi “Conversa de
botas batidas” do Los Hermanos. A música
fala de despedida. Depois “Pra dizer adeus”, Roberta Sá. Despedida. Quando eu
já estava chorando, fazendo biquinho e de braços cruzados, como uma criança
birrenta, o clima musical foi bruscamente alterado. “Memories” – Kid Cudi. Ufa!
Nesse ponto eu estava só puta da vida.
Sou assim, me apego demais, mesmo com data de validade. É
possível que eu faça isso até com requeijão. No final das contas nada é tão
desesperador quanto eu penso. Euclides está no final da Pinheiro Machado, e eu
posso vê-la quando quiser. Mas vou sentir falta de acordar às quatro da manhã
com ela pulando na minha cama pedindo comida, ou pegando restos de comida do
bar e até dela dando sustos na Senhora Mãe. Acho que o ditado deveria ser: “Dia
de muito, véspera de mais ainda”.
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