Leila ouve o barulho do que
parece ser uma máquina de escrever. Clec, clec, clec. Ela anda até a janela,
deve ser aquele vizinho que vive com cara de constipado. Aquele pobre diabo com
cara de infeliz.
Leila se deita na cama
grande. Cama grande para um apartamento pequeno. Leila não liga, ela está em um
bairro nobre. Ela é uma mulher fina. Usa roupas caras e sapatos altos em ruas
de paralelepípedos. Uma senhora de classe com nada além de roupas. Nada além de
uma cama grande na zona sul carioca.
Leila se põe a ler a revista
de celebridades na cama grande, pensando em como seria sua vida se algum dia
fosse descoberta. Ela seria uma grande atriz. Por enquanto ela é roupas e
sapatos caros jogados dentro de um guarda roupas de segunda em um apartamento
pequeno na zona sul carioca.
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