quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Estou aqui, estou lá
Refúgio mental é meu refúgio
Refúgio total, fuga real
Sozinha porém sempre acompanhada
Suco tóxico, transformei-me
Mudei e continuo a mesma
Mudei-me e sou , estou no mesmo
Refúgio incomum que escolhi para mim.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cinzas

Machuco-te matando-me,
Vingança ferida,
Fogo, que gela e paraliza.
Á minha volta apenas cinzas,
As cinzas de gelo
Com as quais te feri.

Minto

Não era especial
Era espacial, longe da verdade
Sempre fui espacial, quase normal
Sempre medíocre, e viam em mim algo especial
Viam algo além de mim mesmo
Procuravam na superfície e achavam o que queriam
Mas vi o fundo, vivi no fundo
E lá nada achei
Sim, achei algo que não estava lá
Minto e vejo em mim o que quiseram achar
Navios de concreto navegam nas ruas
Carros nadando no asfalto
Pensamentos abafados pelo barulho
Vidas que se afogam na multidão

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vento

Poetizando a vida e a falha,
Levo nas costas a obrigação de ser,
Com a sensação de tempo que voa.
Melodia incompleta que terminará,
A música não irá mais tocar,
E o tempo terá escorrido pelas mãos,
O tempo será levado e enterrado,
Conosco.

Poço

Vivendo tudo perde o seu valor,
Cada dia torna-se normal.
Aventura que se perde nos outros,
Aventura que perdemos em nós,
Substitutos baratos para paz.
Euforia que domina a mágoa.
No fundo, onde perdem-se
Sonhos e esperança, carinhos e pessoas.
Um passo mais perto do inferno,
E outra mais longe daqui.