Segunda feira, e eu em uma
tentativa de ajudar o Senhor Namorado, pai de todos os cachorros desabrigados,
decidi abrigar uma pequena vira-lata na minha casa. Falar que de início eu
estava sem saber o que esperar é pouco, eu não tinha a mínima noção do que
estava por vir.
O encontrei em Copacabana, no
veterinário. Meu primeiro contato com Vitória (seu nome até então) não foi um
contato. Eu a vi dentro de uma caixa, que eles chamam de casinha ou qualquer
coisa desse tipo. No taxi para casa a pobrezinha, já muito apertada, fez xixi
dentro do cubículo e ficou espremida em um canto. Saí do carro, a tirei dali, a
coloquei no colo e fomos, embaixo da chuva, andando até minha casa. Lá cheguei
à feliz conclusão que aquele pequeno cachorro era o mais comportado que eu ja
tive! Eu já tive cachorros de raça pura, pedigree, e eles eram suicidas (sim,
mais de um), enfim...
Fomos passear. Na rua comecei a
receber olhares esquisitos, alguns olhavam para Euclides Baby Vitória como se
ela fosse, não sei, um animal selvagem. Senti raiva, uma raiva vermelha. Ódio.
Se eles soubessem... percebi que também já fui assim. Só porque um cachorro não
é bonito, de raça, com os pelos brilhantes, não quer dizer que ele não seja
bom. Ela é boa o suficiente. Muito melhor do que muitos cachorros raça pura que
já conheci. Já fui assim.
Baby está aqui ao meu lado,
deitada, sem latir e ela é a alegria da casa. Isso valeu como uma lição. Aquela
que nossos avós nos ensinam quando somos crianças: nunca julgue um livro pela
capa, nem um cachorro pela raça. Você pode se surpreender.
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