quinta-feira, 18 de abril de 2013

Recebendo velhos amigos


Há tempos não recebia a visita de duas velhas amigas. Admito que não senti falta delas por um instante sequer. Não são as amigas mais queridas, apesar de serem, estranhamente, chamadas assim. Porém me fazem companhia. Fizeram por muito tempo e agora parece que voltaram para mostrar que não esqueceram de mim. Que sorte a minha.
Apresento-lhes a Insônia e a Confusão. Elas são daquelas que quando passo pela rua até troco de calçada, só para evitar um simples oi. É muito desgaste. Agora, não só me encontro dando oi como dando abraços, beijos e ouvindo tudo que lhes aconteceu no tempo que aparentemente estive ausente de suas vidas e elas da minha. É uma situação um tanto desconfortável essa que me encontro, não gosto ou simpatizo com nenhuma das duas, mas parece que elas não querem largar de mim. E o pior: uma delas é daquelas que fala alto, barulhenta, a Confusão, ela grita no meu ouvido incessantemente. Gostaria que ela parasse de falar.
A Insônia é silenciosa, mas não me deixa dormir. Ela é dessas inconvenientes, que nos deixa a noite inteira acordados quando temos um dia cheio à nossa frente. Ela parece entrar na minha casa toda noite, para bater um papo aparentemente inocente, mas que mexe com a minha cabeça e então o estrago está feito: lá se vai mais uma noite de sono.
Duas velhas amizades que não sei se gosto, a Confusão, com todo seu barulho e a Insônia, com seu silêncio perturbador. Não posso expulsá-las, seria grosseria da minha parte. Então o que fazer com essas velhas amizades? Parece que vou ter que esperá-las tomar seus caminhos, até que decidam voltar de novo. Até lá vou viver com outro conhecido meu, o Medo. 

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