Desde pequena nunca entendi bem o ódio profundo dos adultos
pela segunda feira. Devo dizer que ainda não compreendo completamente. Sei que
segunda feira é um dia muito pouco querido por todos. E recentemente, muito
pouco querido por mim também.
Descobri há algumas semanas o que poderia ser bastante óbvio
para algumas pessoas: e-mails de trabalho não são respondidos durante os finais
de semana, o que quer dizer que dificilmente as respostas chegarão na segunda
feira. Esse fato poderia tornar o primeiro dia útil em um dia maravilhoso, onde
respostas douradas cairiam dos céus em envelopes eletrônicos de ouro trazidos
por anjos cantarolando belas canções. Um dia de bênçãos, onde tudo daria certo.
Porém o tão esperado dia das respostas se tornou o dia de roer as unhas que
esperei uma semana para deixar crescer, fumar cigarros demais e acabar com uma
tosse escrota e tomar muito café, ao ponto onde começava a conversar sozinha,
xingando todos aqueles que não me responderam no momento em que achei
apropriado.
Não preciso dizer que esse ritual durava horas, a síndrome
do F5 foi se instalando sorrateiramente, e assim fui me tornando uma senhora
com pigarro que resmungava demais. Isso até chegar alguma resposta, quando ela
chegava, e então eu fumava cigarros demais, bebia café demais e continuava a
falar sozinha. Logo o costume foi se instalando, mesmo sem os e-mails, e a
segunda feira foi se tornando um dia de pura ansiedade. Não acho que exista uma
equação que possa explicar o inferno astral que as segundas feiras representam
para cada ser humano no planeta, sei que essa é a explicação mais coerente para
explicar o porque toda segunda feira acordo mau humorada e com vontade de
amaldiçoar o mundo.
Continuo com a crença: não existe amor na segunda feira.
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