Maria acorda cedo para
trabalhar. José lhe dá um beijo estalado enquanto pega seu café fresco na
bancada da cozinha que é também a sala. Ela pergunta se Zé vai voltar a
procurar empregos hoje, ele, desanimado, responde que talvez sim. Zé não vai
procurar emprego.
Maria sai já atrasada para
pegar o ônibus que demora a passar e Zé, como de costume, se põe a escrever seu
romance. Nada de procurar empregos hoje. Zé não quer mais ser jornalista, como
a mulher, ele quer ser um grande escritor. Acende um cigarro enquanto relê o
que já está escrito no caderno pequeno. Pega sua maquina de escrever e
transforma as anotações em uma história.
Zé já tem o seu trabalho, ele não quer ser
mais um empregado. Ele sabe, dentro de si, que pode ser muito mais do que isso.
Seria essa crença pura pretensão? Não se sabe. Zé tem uma certeza: nada de
procurar emprego hoje.
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