quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Que coisa esquisita


Andando pela Rua das Laranjeiras, em uma quarta-feira comum e de um calor infernal, de repente me vi com uma raiva que parecia me sufocar. Que coisa mais esquisita. Assim, do nada, enquanto via as pessoas ali, esperando seus ônibus, a moça do carrinho da agua de coco, duas meninas que falavam extremamente alto, me percebi com raiva e com uma sede de matar. Um Guaravita, por favor. Que calor! Que estranho prestar atenção em si mesmo e conseguir nomear um sentimento. Que incomum. Desconforto, talvez? Pelo calor ou pela sensação de pura e simples inadequação, de “será que eu pertenço a esse lugar mesmo?” será que eu pertenço a qualquer lugar que seja? Às vezes era só raiva de sentir mesmo, de sempre sentir tanto e de infelizmente, aprender a nomear alguns sentimentos.
Mas por que será que isso era tão ruim se eu passei tanto tempo sem saber o que eu sentia e tentando desesperadamente descobrir? De onde vem tanto medo? Logo eu que me achava tão corajosa, que enfrentava tudo e todos agora estou aqui, com medo de mim mesma. E o pior era aquele calor insuportável. O Rio de Janeiro está ficando cada vez mais quente ou eu estou ficando cada vez mais estranha? Que coisa mais esquisita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário