terça-feira, 9 de agosto de 2011

Morte do Barroco


Hoje não quero rimar.
Jogo a estética para longe!
Agora o que me incomoda
É uma certa inabilidade
De dela renunciar.

Olhe, caí na minha armadilha.
Cadê o ímpeto que me acompanhou?
A grande dádiva de não racionalizar
Morre hoje na vontade de rimar.

Não existe identidade
Além da que já tenho.
Machuca reciclar e reescrever.
Vou cultivando tremendo desdenho.

Agora que posso fazer?
Sou pequena, sou mera, sou nada.
Sou tudo. Posso ser o que quiseres.
Mas no fundo sou apenas poeta,
Que em rimar não encontra prazeres.

Mariana Bernardes

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