“Sinta quem lê!” dizia Fernando Pessoa, mas como alguém lerá um sentimento que não está lá? As letras, linhas parágrafos pareciam... nada , não pareciam eles. Era uma sopa de letrinhas, onde nada fazia sentido. Bom é quando o que não aparenta ter sentido, no fundo de si têm um fundamento ou alicerce, mas e quando o sem sentido é realmente sem sentido nenhum. É uma tenda sem seu suporte, fica vazia e leve, leviano, e como um grande paradoxo vem a cair sobre minha cabeça como um tapume. Aí eu paro para me perguntar, eu faço sentido agora? Eu, sequer, tenho sentido? O que venho sentindo? Sentir em todas as suas faces é assustador, cada ângulo traz o desconhecido e até para aqueles que dizem gostar do breu, cada um deles pode paralisar. Sentido e sentimento, tão sutis e violentos. Canções de ninar que paralisam, vêm a congelar até o mais ativo dos seres. Os dois ligados ao ser, e a ser. E aqui no meu vasto devaneio acabo tendo apenas uma grande certeza: o único sentimento que todos, desde um psicopata até uma criança, sentem é a dúvida. Será mesmo ou , mais uma vez, falo coisas sem fundamento?
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