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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Diário de notas sem texto


(6)
21 de maio de 2013 – 11:19
Estou há exatos sete dias do lançamento do meu primeiro livro, o Demasias. Desde que recebi o e-mail da editora aprovando o original venho fazendo uma lista de tudo que pode dar errado.
Acredito que o medo nos faz prudentes. Acredito também que ele nos faz pequenos, mas isso todos já sabem, não falo nada de novo. O que mais me intriga é o seguinte: o que mais me dá medo não é o que pode dar errado mas sim o que pode dar certo.
Somos preparados para o fracasso porém nunca para o sucesso. Se der errado a receita é aquela que cansamos de ler nos livros de auto ajuda e nos programas de televisão: não desistir e seguir em frente. Mas se der certo, o que fazemos? A Ana Maria Braga ensina isso?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Diário de notas sem texto


(4)
20 de maio de 2013 – 13:14
Sobre escrever, venho percebendo o quão esquizofrênica é minha escrita. Talvez qualquer escrita. O que me fez chegar à essa conclusão foi o Twitter, querido amigo de todas as horas.
A rede social consiste em escrever para si mesmo esperando que alguém vá responder ou replicar seus devaneios particulares. Daí tirei minha conclusão da escrita esquizofrênica. Seguindo a linha da honestidade que prometi há duas notas atrás, irei confessar uma coisa: escrevo para ser lida. Não irei perpetuar a mentira que escrevo para mim, pois desde que comecei a escrever mantenho um blog que faço bastante questão de divulgar. Porém, há vezes nas quais sinto que meus textos são conversas que travo comigo. Aliás essa é uma mania que desenvolvi, discuto comigo em voz alta, volto e meia até me altero. À noite acordo com essas conversas ecoando em minha cabeça, como o esquizofrênico que ouve vozes, e me ponho a escrever, frenética, para aliviar a perturbação que isto me causa.
Se eu escrevesse, escreveria esquizofrenias desgovernadas que em si devem fazer algum sentido particular.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Diário de notas sem texto

(2)
17 de maio de 2013 – 2:15 da manhã
As pálpebras pesadas incomodam bastante, pois quero dormir e não consigo. A doce terra dos sonhos parece distante. Esse é o momento de me explicar melhor.
Toda a minha personalidade consiste em ser mais uma pobre jovem rica, perdida em suas pretensões e com a insistente mania de ser pouco realista, apesar de extremamente crítica. Começo a escrever essas notas despida de personagens. Aqui represento a mim mesma, perdida nos meus quase vinte anos e no, ouso dizer, inferno de ser jovem nessa geração. Não pretendo mentir nas notas que se seguem, o que eventualmente pode acontecer, então começo contando uma verdade vergonhosa: tenho o sonho secreto de ser uma voz da geração que tanto afirmo detestar. Como já disse, aqui não sou nenhum personagem e me atrevo a escrever à mão em uma folha sem linhas.
Como a maioria da minha idade sonho com uma carreira financeiramente inviável, o que desagrada secretamente meus pais. Quero escrever livros, eles querem que eu seja jornalista. A faculdade não está nos meus planos, mas o que não fazemos por amor? A convivência, por outro lado é quase uma missão impossível. A matemática é simples e a realidade complicada.
Aprendi quando pequena que não é de bom tom falar muito sobre si, então apesar de escrever notas completamente biográficas e um blog, vou fingir ser um exemplo de etiqueta e parar antes de me tornar rude.