segunda-feira, 29 de abril de 2013

Engulo cigarros

Engulo cigarros
Bastões brancos
És tu, maldita
Invade minha cama,
Desde o primeiro raio do dia
E só se vai
No último suspiro da noite.
Engulo cigarros

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Fases




Quanto tempo dura uma fase? Um mês, um ano, três anos, dez anos? Ultimamente este tem sido um assunto frequente em minha sempre confusa cabeça. Fato é que ouço tanto falaram que “é só uma fase” que nem sei mais se uma fase é isso mesmo ou se é algo permanente.
Todos nós sabemos o quanto o mundo contemporâneo é louco e coisa e tal, nem preciso me dar ao trabalho de escrever sobre o fato de que tudo é muito banal nos dias de hoje. Depressão é só uma fase, uso de drogas é só uma fase, auto mutilação é só uma fase, distúrbios alimentares são só uma fase, tudo parece ser mais uma “fase”. Não sei se estou exagerando, pois tenho essa tendência, mas me impressiona como banalizam coisas sérias. Banalizam doenças com uma simples palavras e assim as jogam para escanteio, só para evitar vê-las.
Uma fase permanente é algo desesperador. A adolscencia é ruim, mas sabemos que em algum momento ela acaba, o mesmo acontece com a TPM, mal que atinge as filhas de Vênus. Mas e quando a fase que deveria ser algo passageiro, parece não ter fim?  Esse, posso dizer com certa propriedade, é um momento de desespero, onde qualquer machucado vira um mundo de dor e confusão e qualquer palavra de compreensão pode virar um ato de amor sem tamanho.
Quanto tempo dura uma fase? Essa pergunta ainda não sei responder, mas posso responder outra coisa: Uma fase permanente não é apenas uma fase.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Escritores sem vergonha pt. 2



Voltei para a posição de escritora cara de madeira. Me deem um Pinho Sol, receberei de braços abertos, digo isso de todo meu pequeno coração. Esta será outra crônica contando minhas aventuras pelo tão louco mundo literário.
Ando escrevendo um novo “projeto”, digamos assim, e devo dizer que estou completamente louca. Louca ao ponto de estar praticamente comendo cigarros e vivendo a base de café. A parte triste é que ainda acordo no meio da noite com um desejo louco de comer miojo e depois atacar um caixa de Bis, mas são os ossos do ofício. Passo basicamente de doze a quatorze horas por dia completamente envolvida por esse novo “projeto”, seja escrevendo, seja pensando no que escrever, seja tentando escrever e às vezes só olhando para o computador ou para meu recém adquirido caderninho preto tentando achar palavras chave para depois usá-las em algum devaneio que caiba na história de Olívia.
Dia desses fui à uma editora, falar sobre um outro “projeto” que está em andamento. Não vou falar muito para não dar zica, mas posso falar que o resto do meu dia, que agora parece curto demais, é completamente dedicado à algumas Demasias (sim, com maiúsculo).
Quanto à parte do sem vergonha, continuo a exercendo falando com todos que admiro , e que provavelmente são ocupados demais para ler este blog, pelo twitter porém eles estranhamente o fazem. Falo com outros blogs, pedindo parcerias e corro atrás. Não ando esperando nada cair do céu. Definitivamente continuo a ser uma escritora sem vergonha, coisa que adquiri com muito tempo e paciência, mas que agora come cigarros e vive a base de café.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ser feliz é estar feliz?




Se você juntar cinco amigos em uma roda e perguntar a cada um deles o que mais querem de sua vidas as respostas não serão muito diferentes das que ouvimos por aí. “Quero ser rico”, “Quero construir uma família”, “Quero ser bem sucedido” mas sempre terá um, ou até mais, que irão falar “Só quero ser feliz”. Sempre que ouço esse desejo sincero me pergunto: ser feliz é o mesmo que estar feliz?
Por vezes ouvi que a vida é uma linha reta, com momentos de felicidade e momentos de tristeza. Acreditei nisso e assim fui levando a minha vida, porém com muita dificuldade de me manter nessa tal linha reta. Estabilidade nunca foi uma qualidade minha. Mas então me veio uma realização, a tal linha, ao invés de ser apatia como sempre pensei, não seria a tal felicidade? Talvez os momentos de alto seriam pura euforia.
Quando o amigo sonhador prega que quer ser feliz não estaria ele falando que quer ser estável emocionalmente? Ao contrário do que muitos possam pensar, se manter em uma estabilidade emocional pode ser um desafio árduo e eu, na minha eterna instabilidade, admiro aqueles que conseguem tal façanha.
De um jeito ou de outro a vida sempre apresenta seus desafios, seja a pessoa estável ou não, venho aprendendo que tudo depende de duas coisas: ponto de vista e como lidar. Tudo são escolhas.
Hoje escolho estar feliz à ser feliz, e isso me parece estranhamente sensato.

domingo, 21 de abril de 2013

Entrevista: Solano Guedes


Solano Guedes, 33 anos, carioca, inicia sua trajetória profissional ainda adolescente como ilustrador, designer e produtor gráfico, aos vinte anos o interesse pelas artes plásticas aumenta e a partir do curso de Artes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro passa a participar de eventos da cena alternativa como o Mola ( Mostra Livre de Artes) no Circo Voador, III Semana de Cultura de Santa Teresa, Artes de Portas Abertas além de aparições no Imaginário Periférico sendo sua experiência mais recente a internacional Drive-In Rio, exposição coletiva por ocasião da Rio+20.Convivendo com nomes como Alexandre Vogler, Luis Andrade, Jorge Duarte e Cristina Pape, Ronald Duarte, Cristina Salgado entre outros, decide em 2008 partir para uma experiência no atelier de grandes formatos de Walter Contreras, pintor chileno radicado em São Paulo, retornando ao Rio em 2009. A texto sempre esteve presente na raiz de seu processo criativo, poeta e letrista, tem a faixa Contas, parceria com Lucas Dain gravada no álbum Flúor por Escambo Banda e Menininha gravada por Sandálias Banda. Além de outras experiências disponíveis na internet. Em 2009 lança A história dos três pontinhos que ganha uma edição especial em 2010 pela prefeitura de Belo Horizonte, em 2011 é a vez de A revolta das vogais ambos por Vieira e Lent Casa Editorial, infantojuvenis, os livros se valem de muita metalinguagem e uma boa dose de bom humor, ultrapassando 10.000 exemplares vendidos no Brasil, tem nos elementos da língua portuguesa seus personagens e pretendem fazer o leitor pensar a cerca de questões presentes nas entrelinhas da vida comum. Inéditos e ainda não ilustrados estão os títulos O eu que não sabia ser eu, onde uma crise existencial de um pronome do caso reto é descrita e Mu{L}tilado, texto adulto em prosa poética resultado de um apanhado de alguns anos de manuscritos e desenhos feitos em cadernetas que organizam uma tempestade de ideias. Atualmente se dedica à literatura ao desenho e a pintura e ao design, procurando no texto a imagem e na imagem o texto e na atividade artística o ser humano.

À entrevista!

Crie sua própria realidade




Para que amadurecer? Sabemos que este é um processo natural da vida, mas seria ele realmente necessário? Dou a resposta logo no primeiro parágrafo: sim, ele é necessário.
Chegou a hora de acabar com o sonho adolescente que podemos ser inconsequentes para sempre, pois a cada dia que passa eu, na minha eterna birra pré hormonal, vejo que isto não pode acontecer. Pelo simples fato que não é possível viver na sociedade desta maneira, se bem que eu gostaria.
Gostaria de ir para festivais de música (rock) todo mês, um em cada canto do mundo, sem ter que trabalhar para bancar os gastos. Ter meu próprio espaço, um lugar para decorar da maneira como eu bem entender, sem ter que pagar aluguel. Não ter que seguir regras impostas da sociedade ou até mesmo leis, não gosto nem de seguir as regras do meu organismo. Gostaria demais de comer um pote de Nutella todo dia e ainda assim vestir 38. E mais importante, iria amar viver de escrever e apenas disso. Contudo, isso não é possível, pelo menos não na minha realidade.
Esse pode ser o primeiro sinal da vida adulta mostrando que está chegando: algumas duras realizações, que não podemos fazer tudo que queremos sem sacrificarmos algumas outras coisas.  Particularmente escrever isso faz com que uma parte de revolucionária da classe mérdia minha morra um pouco, mas novamente, talvez isso seja o processo de amadurecimento dando um oi bastante tímido.
No final das contas o que quero dizer é que podemos amadurecer o quanto for. Podemos arranjar empregos e construir famílias, mas nossa parte adolescente inconsequente ainda fica escondida em algum canto dentro de nós, e que assim seja. Não existe mal nisso. Sou a favor de que cada um crie sua própria realidade. E acabo o texto com mais uma coisa a falar: quem quiser descartar tudo que disse acima, faça-o! Criem suas realidades e as vivam. Amadurecer deve ser um processo interno e sortudos são aqueles que conseguem comer Nutella e se manterem em forma.